quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Era uma vez...

Era uma vez...

Era uma vez…
Começa assim a história
De um povo com memória
E valentia sem par…
Sonhava com grandes feitos
Com rigor e bons preceitos
E muito p’ra ensinar…

Era um povo destemido
Com orgulho desmedido
E na formação da sua raça
Uma mistura constante
De povos de terras distantes
Que ninguém desembaraça

Já não há origem pura
Há amálgama e formosura
De Humanidade real
Tem na pele, vários tons
No coração muitos dons
Na mente…o intemporal!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

NÃO!



NÃO!


Não!

Não quero mais a confusão

De dizer em pobres rimas

O que vai no coração!


Não!

Não quero mais a desilusão

De ver que no Mundo inteiro

Há crianças sem tecto e pão!


Não!

Não quero mais o palavrão

De dizer que o que vemos

É culpa da situação!


Não!


Quero acção!!!

Resolução!!!

Prontidão!!!

E... Coração!


Acção!

Para actuar

E a situação mudar...

Resolução!

P'ra decidir

E ao Mundo acudir...

Prontidão!

P'ra mobilizar

Tudo o que se tem p'ra dar...

E...Coração!

P'ra envolver

De Amor...o Padecer!


NÃO!!!!


Letinha

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sentimentos de Poeta



Sentimentos de Poeta!



Desespero, Dor, Saudade
Tristeza, Dolência, Amizade
Sentimentos indefinidos
Por poetas bem sentidos
Que os cantam à desgarrada
Mas a Raiva, a Febre, a Revolta
Do que vê à sua volta
São dores de alma marcada!

Em versos duros… magoados
Vai cantando outros fados
De vidas que vai sentindo
E no papel vai abrindo
Sulcos pretos rabiscados
Deixando a raiva explodir
No seu peito tão marcado!

Sua alma se revolta
E deixa sai, bem solta
Sua voz em alta prece
Deixa o canto mudo e grita
- Quando acaba esta desdita
E o sofrimento fenece?

Ai…poeta!
Segue em frente!
Deixa na terra a semente
Que cresce com teu ardor
Pois poeta também sente
Um sentimento diferente
Que tem por nome: Amor!


Letinha


11/06/2008

sábado, 31 de maio de 2008

Ontem... e Hoje!



Ontem... e hoje!


Ontem,
Criança ainda
Pelos campos eu corria
Às mangueiras eu subia
Com vontade de cantar
Hoje,
Avó brejeira
Já não subo à mangueira
E voz rouca à maneira
Ao Fado me vou dedicar!

Ontem,
Menina vaidosa
Olhando presunçosa
Quem de forma curiosa
Me estava a observar
Hoje,
Foi-se a vaidade
Pois a minha mocidade
Há muito a vi passar!

Ontem,
Jovem sonhadora
Profissão de professora
O Mundo queria mudar
Hoje,
Mulher com desalento
Resta-me o sentimento
De continuar a tentar!

Ontem...
Esperança e Ventura
Hoje
Desilusão e Amargura

Letinha
Outono 2006

terça-feira, 27 de maio de 2008

O prazer de Brincar









O prazer de Brincar






O prazer de brincar com as palavras
É paixão, é amor e diversão
Dizendo, a brincar, nossas mágoas
E o que vai no nosso coração!

Não tenho a pretensão
De poetisa me tornar
Vendendo este gosto
De, com palavras, brincar!
Não uso palavras caras...
Não uso os tais "chavões"
Quero que a poesia
Chegue a todos os corações!

E se a gente gostar
Desta minha poesia
Objectivo atingido!
Com prazer e alegria!

Letinha

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Dor e Sofrimento



Dor e sofrimento



Há quem sofra por amar
Outros por amor não ter
Há ainda os que gostam
De recordar o padecer...
Há aqueles a quem a dor
Torna o espírito mais forte
E há os que ao sofrer
Pensam na liberdade da morte!

Mas a verdade é que a Vida
Nos dá uma grande lição
Ou rimos do sofrimento
Ou vivemos em aflição!
Eu tenho por filosofia
À Vida dar gargalhada
Se pensa que me derrota
Está a ser bem enganada!

Não pensem que não sofri
Não sofro ou sofrerei
Mas também muito me ri
Com a vida que arranjei
"Asneiras" a toda a hora
Sou perita em arranjar
Mas depois é um fartote
Recordar o "asneirar"

Não sei o que me aguarda
A minha Vida futura
Mas vou continuar alegre
Rindo com muita Ternura!!!

Letinha

sábado, 17 de maio de 2008

Viagem




Viagem


Se está nas nossas mãos
Tomar outras direcções
Também há ocasião
Em que mandam os corações
E se o leme mental
Nos manda em frente seguir
O "piloto" coração
Não quer deixar de sentir....

E vai alterando o rumo
Faz voltas na nossa viagem
Deixa de seguir o vento
Segue só a triste aragem
Ouve da sereia, o canto
Fica p'lo canto, encantado
Quer aportar no remanso
Não quer ir p'ra outro lado...

E se o leme...prudente
Recusa voltas, rodar
O piloto, descontente
Solta o leme de repente
E fica num canto, a chorar!

Letinha
Agosto 2006

sábado, 10 de maio de 2008

Ainda... sinto!



Ainda…sinto!



Hoje foi mais um dia
Outro dia que passou
Tenho que agradecer…
O meu tempo não acabou!

Pois se tudo nesta Vida
Que começa, tem um fim
Espero que ainda tenha
Muito tempo para mim…

Ainda gosto de rir
De brincar como criança
Ainda acredito em Deus
Ainda tenho Esperança!

Ainda choro sentida
Com emoções de carinho
Ainda choro de tristeza
Por um menino sozinho!

Ainda grito de raiva
P’las injustiças do Mundo
Ainda grito de fúria
Por mágoas que calam fundo!

Ainda sinto Saudade
Do Passado que passou
Ainda sinto Saudades
Do que p’ra trás se deixou!

Ainda sinto a presença
Dos amigos bem queridos
Ainda sinto a presença
Dos meus queridos, já partidos!

Ainda sinto a Paixão
Por amores já perdidos
Ainda sinto o Amor
De momentos tão sentidos!

Ainda…

E se tudo nesta Vida
Que começa, tem um fim
Eu peço a Deus que me dê
Muito tempo para mim!!!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Primavera



Primavera!



Que Primavera tão linda
Há no peito de quem tem
Amigos e Sentimentos
Espalhando só o Bem!
E as flores que se abrem
Num peito assim tão florido
São fruto das Emoções
De um tempo não esquecido!

No tempo em que cresci
E formei a minha alma
Não tinha tudo o que queria
Tinha Amor e muita Calma!
Não tinha lutas em casa
Nem notas de mil, na mão
Não comprava a Alegria
Tinha Amor no coração…

E sabia que meus pais
Tinham tempo para mim
Que saudades desse tempo
Em que a Vida era assim…

Letinha

sábado, 3 de maio de 2008

Dia da Mãe

Um dos muitos quadros desenhados por minha mãe, a lápis de carvão


Comemora-se amanhã, 1º domingo de Maio, o Dia da Mãe!

E como não pode deixar de ser, recordo em especial a Minha mâe, que me "deixou" em 1997...


Dedico este poema a TODAS as MÃES que merecem esse nome!


Minha Mãe


Que saudades eu tenho
Da minha Mãe Querida
Partiu um dia, para Deus
Deixou-me só nesta Vida!

Sinto a falta do sorriso
Que, de manhã, me dava
Sinto a falta daquele beijo
Quando à noite me deitava
Sinto a falta dos conselhos
Quando perdida estava
Sinto a falta do apoio
Quando triste me encontrava
Sinto a falta da Alegria
Quando ria para mim
Sinto a falta da certeza
De "nunca" chegar o fim...

Mas veio o fim, desespero
De perder quem tanto amei
E foi a primeira vez
Que para trás eu fiquei!

Hoje vivo recordando
Com ternura e emoção
Trazendo-a sempre comigo
Dentro do meu coração!


Mãe, tenho MUITAS SAUDADES TUAS!!!!

A minha mãe faleceu em 1997!
Letinha

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Humanidade




Humanidade!



Ser Humano é ter valores
De Respeito, Amor, Verdade!
Mesmo se a Vida é de dor
E contém muitos temores
Defendo a Humanidade!

O Humano que hoje em dia
Diz estar em agonia
Quando um filho aparece
Esquece a Esperança
De recriar a Aliança
Que o Futuro merece!

Há muita mulher que sofre
Muitas vezes porque arranja
Uma vida de sofrer
Anda por aí à toa
Vai com qualquer pessoa
E consequências não quer!

A mulher tem no seu ventre
A protecção do inocente
Que espera protecção!
Nada pode decidir
E depende, para existir
Que lhe dêem ocasião!

Não sabe o que será
Apenas que quer nascer
Seja p’ra rir ou sofrer
Depois logo se verá…

A mulher tem o dever
De alimentar e proteger
O seu corpo, o seu ventre
E tudo o que lá contém
Merece respeito também
Pois é o Futuro presente!

Um feto nunca é
Uma digestão mal feita
Uma espécie de maleita
Que se deve extirpar…
Não é uma prisão de ventre
Que nos põe mal e doente
Até se poder c…..!



Se querem vê-lo assim
Como doença a tratar
Então que façam primeiro
O que se faz no estrangeiro:
“Mulheres para esterilizar!”

Por fim abram as vagas
Aos excelsos cientistas
Que, com as suas largas vistas
Já começaram a clonar
E façam também catálogos
Em tudo, muito análogos
Aos que a moda está a usar!

- Quero um filho para o ano
Que neste, não me dá jeito
Vou de férias…tenho planos
E para que não haja enganos
Quero um filho são e escorreito!

Se vier sem condições
Ao lixo o vou deitar
Ainda não é humano…
É uma coisa…um engano…
Não me podem castigar!

E ninguém pode dizer
Que defende o que há-de vir
Ninguém consegue prever
Se um génio vai nascer
Ou se um louco vai sair…

E muitos casos conheço
De crianças desejadas
Que, no futuro risonho,
Foram umas desgraçadas…

E outras, bem mal-nascidas
Criadas ao Deus dará
Quando tomaram suas Vidas
Foram do melhor que há!


Quando a Mulher tem direito
Sobre a Vida e sobre a Morte
De seres que dela dependem
Com a desculpa “sublime”
Que a sua vida defendem….

Então está tudo dito!

Já não há mães, há carrascos
Não há juízos, há emplastros…
Não há crianças, há projectos…
Não há Amor, há Paixão
Não há Valor, há extorsão
Não há Humanidade….
…há dejectos!

11/02/2007
Letinha

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ser Avó!



Ser Avó!


Que sorte poder ser avó!
Poder voltar a criança
Brincando com a idade
Renovando a Esperança!

Não se gosta mais dos netos
Que dos filhos, é bom de ver!
Apenas temos o que o Tempo
Deu tempo p'ra florescer!

E falo da Experiência
Que a Vida nos mostrou
Falo do que errámos
Quando um filho se criou!

Errei quando não dava
Mais tempo de atenção
Quando os filhos precisavam
De carinho e coração

Mas ao chegarem os netos
Prometemos não cair
Nos erros que cometemos
E vamos mesmo cumprir!

Que sorte poder ser avó!
Poder voltar a criança
Brincando com a idade
Renovando a Esperança!

Letinha
6/03/2006

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ser Mãe!




Ser Mãe!


Ser mãe é "profissão"
Que se assume a tempo inteiro
Não se espera recompensa
Nem se paga com dinheiro!


Desde o primeiro instante
Que se acaba o sossego
São muitas preocupações
Mas não mudamos de "emprego"

É acudir ao choro
Do bebé que p'la mãe chama
É colocar na ordem

A criança que reclama
É a preocupação
Com o adolescente "sabido"

É viver os sonhos
De um filho já crescido
É sentir as suas dores
Muitas vezes a dobrar
Quando a doença aparece
E nos faz desesperar!

E esta "profissão"
É roda sempre a rodar
Quando os filhos estão criados
Há os netos a criar...

Não há reforma...em ser mãe
Pois até ao fim dos tempos
Aos filhos damos a alma
Coração e sentimentos

Letinha

sábado, 12 de abril de 2008

A Viagem da Vida



A Viagem da Vida



Esta viagem que faço
Pela Vida a navegar
Descreve quando me rio
Ou quando estou a chorar...

E acho que toda a gente
Que começa a viajar
Tem momentos em que sente
Essa vontade de chorar…

Amigo meu, obrigado
Pelo lenço rendilhado
Que me está a ofertar
São Amigos com sentimento
Trazidos pelo bom vento
Que nos faz continuar...

E como tudo na Vida
Que faz o nosso sentir
Ao ter Amigos assim
Volto, de novo, a sorrir!

Letinha
Setembro 2006

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Tempo... com tempo!



Tempo…com tempo!

Tempo que vais curando
As feridas da nossa alma
Cura também a saudade
Que nos vai magoando
Sem remédio que a acalma...


O Tempo passa.... sem tempo
Para parar ou se deter
Nem que seja por um momento
O que tem para fazer
Tem que passar....afinal
É o trabalho que faz
Passando no mesmo ritmo
Do nascer ao "Aqui jaz"...


Apenas na nossa vida
Parece descontrolado
Umas vezes bem depressa
Outras vezes sossegado
E o Tempo que nos resta
Ninguém pode adivinhar
Se vai ser Tempo de festa
Ou se passa a chorar....

E numa curta oração
Vou pedindo ao Senhor
Que o Tempo que me falta
Seja de Paz, Saúde e Amor!

Letinha5/11/2005

terça-feira, 1 de abril de 2008

Obrigado...



Obrigado, Senhor!



Deste-me uma família rica
De Ternura, Carinho e Amor
Foi assim que fui criada...
Eu te agradeço, Senhor!

Durante a adolescência
Deste-me Alegria, Amigos, Amor...
Tive tanta coisa boa....
Eu te agradeço, Senhor!

Quando tomei decisões
Apareceu desgosto e dor
Grande lição de Vida....
Eu te agradeço, Senhor!

Deste-me duas filhas lindas
Que eu criei com Amor
P'lo dom da Maternidade...
Eu te agradeço, Senhor!

Agora já tenho netos
A quem amo com fervor
Por mais este dom de Vida...
Eu te agradeço, Senhor!

Tenho Amigos, tenho filhas
Tenho netos, que alegria!
Não posso querer melhor
Apesar de complicada
Pela Vida que me deste...
Eu te agradeço, Senhor!

Letinha

quarta-feira, 12 de março de 2008

Vida de Mulher



Vida de Mulher



Dizem que Deus fez a Eva
De uma costela de Adão
Mas deve ter-lhe tirado
A mais perto do coração

É que homem me parece
Ter ficado sem sentimento
Goza o momento presente
Que dura só um momento

À mulher foi dado o dom
De homem poder criar
De ser mãe e companheira
De toda a vida... Amar

Ama os filhos com fervor
Ama o homem com paixão
Ama seus pais com desvelo
Ama a vida com coração

Sempre foi ignorada
Pela vida e pela História
Todo o trabalho que faz
Nunca fica na memória

Sofre em silêncio...sozinha
Sorri mesmo sem vontade
Tem sempre o coração aberto
Ao Amor e à Piedade!

Deus deve ter um carinho
P'la mulher em especial
Pois p'ra tanto sofrimento
Há um lugar celestial

Letinha

Mãe!



Mãe


Palavra doce
Que doçura tem
Sentir o Amor
Que nos dá a Mãe
Ao dar-nos a Vida
(Que pode ser má!)
É aquela querida
Que mesmo ferida
O Amor nos dá

Amor tão lindo
E sem interesse
Sem fala, sem grito
Mas que estremece
Nos faz ter esperança
E exemplo nos dá
De Amor, que criança
Em tempo dará

Os anos passaram
Criança não sou
Estou já na idade
De ser uma avó
E no fundo da alma
Num canto querido
Minha Mãe cá mora
Tendo já partido!

Letinha
27/10/2004 - 7 anos depois da sua morte

domingo, 9 de março de 2008

O meu Tesouro!



O meu tesouro



Gostava de ter uma árvore
Inteirinha… só p’ra mim
Regava-a… tratava dela
Como se fosse o mais belo
Tesouro do meu jardim

Protegia-a dos incêndios
E de toda a poluição
Deitava-me à sua sombra
Enroscada ao seu tronco
Bem perto do coração

Quando a vida chegasse ao fim
Lá seguia o seu caminho
Em papel se transformava
E, num livro bem bonito
Onde a poesia rimava
Eu guardava com carinho
Tudo o que lá tinha escrito…

sábado, 8 de março de 2008

sexta-feira, 7 de março de 2008

Dúvidas...



Dúvidas....


Há uma dúvida que tenho
E não consigo esclarecer
Se a evolução do Homem
Lhe dá o prazer de Viver!

Nunca se procurou tanto
Pela tal Felicidade
Parece que ficou perdida
P'los tempos da mocidade

Trabalha-se e faz-se contas
Há tanta preocupação
Cada vez está mais difícil
Dar valor à emoção!

Sabemos de muita coisa
Do que no Mundo se passa
No meio de tanta notícia
Só chega até nós a desgraça!

São incêndios grandiosos
São derrocadas brutais
São guerras que dizem santas
São inundações anormais...

São acidentes na estrada
Que não consigo entender
Parece que todo o mundo
Acelera p'ra morrer...

E no meio de tanta "asneira"
Que o homem comete agora...
Eu continuo com a dúvida
Se a evolução nos melhora!

Letinha

domingo, 2 de março de 2008

Meu Pai!!!



O meu pai



Todos os dias me lembro
Do que meu pai me ensinou
Tinha alma de poeta
Toda a sua vida, amou!

Amou a Vida com alegria
Amou minha mãe com paixão
Eu era a sua menina
Estava no seu coração...

Amou as terras de Angola
Para onde nos levou
Onde fizemos a Vida
E onde o coração ficou

Amou 2 grandes Clubes
E sabia respeitar
Todas as equipas em campo
Quando se estava a jogar

Era o "seu" Ferroviário
E o "seu" Sporting também
Gostava de toda a gente
Nunca ofendeu ninguém

Sempre contei com ele
Sempre tive a sua mão
Sempre me aconselhou
Nos momentos de aflição

Gostava de escrever
Seus pensamentos deixou
E ao lê-los, posso dizer
Foi Homem que muito amou

Quando minha mãe morreu
À tristeza não resistiu
E pouco tempo depois
Fechou os olhos e "partiu"

Mas não me deixou sozinha
Mora no meu coração
De mão dada com aquela
Que foi a sua paixão

Hoje os dois me acompanham
E é essa sensação
Que me faz continuar
Sem sentir a solidão!

Pai, sinto a tua falta!

Letinha
16/05/2005

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

País longínquo


País longínquo!



Num lugar envolto em bruma
Há muitos anos atrás
Havia um povo sábio
Que de tudo era capaz!
Enfrentava tempestades
Na sua faina, no mar
Lutava contra injustiças
Sem nunca desanimar!
Guerreava sem temor
Quando lhe queriam roubar
O território escondido
Entre a serra e o seu mar!

Durante séculos...milénio!
Este povo a Deus temente
Deu novos mundos ao Mundo
E gentes novas à Gente!
Foi grande, de tão pequeno
Fez coisas de tal pasmar
Sendo um povo tão sereno
Foi gigante no "seu" mar!

Hoje....


Já pouco resta....
Deste povo destemido
Apenas a temperança
De quem espera, sentido,
Novos rumos de mudança!

Aquele orgulho de povo
Há muito desapareceu
Esperando um Mundo Novo
Que pensa cair do céu!
Acomodou-se à desgraça
Já não luta como então
Já perdeu a Esperança
A Alma e o Coração!

Limita-se a existir
Mendigando p'ra comer
O que os outros não querem
Ele corre a receber...
Que futuro se projecta
A este povo cristão?
Ou se livra de quem o "aperta"
Ou jaz, p'ra sempre, no chão!

Letinha
Janeiro 2006

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Eu acredito...



Eu acredito em Deus!



Eu acredito em Deus
E no que Ele ensinou
Acredito na Bondade
Que sempre nos demonstrou
Acredito na Esperança
De podermos melhorar
Toda a nossa atitude
E na Vida saber estar

Acredito que os Mandamentos
Nossas Leis Universais
São para serem cumpridos
Pois somos todos iguais!
Perdoem o desabafo!
Mas teremos que pensar
Em cumprir as Leis de Deus
Se queremos melhorar

AMA A DEUS, é o primeiro
E que fazem os humanos?
Amam o seu rico dinheiro
E vivem sempre de enganos!

NÂO JURES EM VÃO
O segundo que aparece
Todos sabem que é errado
Mas ninguém o reconhece

DESCANSA NO 7º DIA
A terceira Lei gravada
P'ra que se pense na Vida
E no que ela está mudada

AMA TEU PAI, TUA MÃE
Que não está a acontecer
Quando vimos os idosos
Aos Lares irem morrer

NÃO MATARÁS!
É de todos o mais urgente
Pois no mundo que vivemos
Só se vê é matar gente!

E o sexto Mandamento
Acho que se perdeu
O respeito à Castidade
Há muito que já morreu

NÃO ROUBARÁS!
Outro a que dizemos: NÃO!
Pois anda só meia dúzia
A comer, dos outros, o pão

NÃO MENTIRÁS
Mas neste mundo moderno
A mentira é "qualidade"
De quem quer ir p'ró Governo

NÃO COMETERÁS ADULTÉRIO
Palavras sábias, leais
Mas hoje está na moda
A troca entre casais

NÃO TERÁS INVEJA
Do próximo ao afastado
Mas vivemos o nosso dia
Cobiçando o que está ao lado!

São dez, ao todo, as Leis
Que transformam em Paraíso
A Vida que nós levamos
Se tivermos tino e siso!

Letinha
11/11/2005

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

É riqueza rara!


É riqueza rara!


É uma riqueza rara
Amigos poder contar
É melhor que um tesouro
Para num cofre guardar

Um tesouro deste valor
Não precisa de se guardar
Escondendo de quem quer
Nossas riquezas roubar...
Este tesouro que falo
É para se poder mostrar
E vai sempre connosco
Sem o seu peso notar...

É leve o peso que tem
E nem se nota o seu porte
Cabe bem em qualquer parte
Vai connosco até à morte
Ter Amigos desta arte
É ser pessoa com sorte!

Letinha

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Vida



Vida


Vida
Sorriso de criança
Sem sombra de medos
Olhos luzentes
Que escondem segredos

Vida
Alegria sentida
No grupo adolescente
Sem grandes preocupações
Com o mundo pela frente

Vida
Nos olhos preocupados
Dos adultos que trabalham
E que matam a cabeça
Com contas que sempre falham

Vida
Nos olhos cansados
De quem muito sofreu
E que não espera nada
Deste mundo que viveu

Vida
O final de um destino
Que veio para aprender
Que amar e perdoar
É o sentido do viver!

Letinha

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Ser Poeta!



Ser Poeta



Ser poeta é sofrimento
De quem sente bem no fundo
As injustiças da Vida
As desgraças deste Mundo

Mas também é alegria
Quando vê luz e Esperança
Numa rua, parque ou Escola
Num sorriso de Criança

Os poetas de hoje em dia
Ao ver tanto sofrimento
Sofrem por simpatia
Revolta e descontentamento
E gritam a sua Raiva
Que vem do fundo da alma
Mas por mais alto que a gritem
Essa Raiva não acalma...

Enquanto no Mundo de hoje
Imperar o sofrimento
E a Injustiça mandar
Nem só por um momento
Nós nos podemos calar!

Letinha

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Músicas do meu tempo!



Músicas do meu tempo!


Que saudades, meus amigos
Daquelas lindas melodias
Que ouvia no meu tempo
Sonhando com fantasias....

Ainda hoje me emociono
Ao ouvir certas canções
Que nos punham a dançar
E encantavam corações
Quantos namoros começaram
Na emoção de uma dança
No ritmo certo dos corpos
No coração...a Esperança!

Bee Gees, Shadows e Beatles
Que se ouviam com agrado
Nas festas do nosso tempo
Ao nosso par abraçado...

Roberto, Percy, Adamo
Eram, de todos, os tais
Que, quando acabava a dança
Nos faziam soltar ais!
Rafael, Elvis, Tom Jones
Otis Reding... que saudade!
Nomes do nosso tempo
E da nossa mocidade!

São ainda essas músicas
Que fazem os jovens sonhar
Apesar de muitos deles
Não terem sonhos p'ra dar....
Mas a verdade é que hoje
Estas músicas vão buscar
Adaptando o ritmo
E o modo de dançar.....

Que saudade das músicas do meu tempo!

Letinha

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Poentes

Poentes!


Os Homens viverão com mais Amor
Se o coração abrirem à Humanidade
Quando o Egoísmo p'ra sempre se for
E só ficar o valor da Irmandade

Nesse tempo, mesmo em noite escura
Haverá um sol eterno em cada peito
Que ilumina cada alma de Ternura
Deixando a mente sã sem preconceito

E cada ser humano será um irmão
Que num abraço amigo consolamos
Sem olhar a cor ou condição

Nessa altura, sim, então amamos!
Sem interesses daremos as mãos
E os vis sentimentos nós pisamos!

Letinha

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Onde estás?



Onde estás...???



Onde estás, Juventude

Já não te sinto a meu lado???
Ficou retida no Tempo
Perdida lá no Passado....
E recordo com saudade
As energias que tinha
Sem nunca notar cansaço...
Quando a Juventude era minha!

Onde estás, minha Alegria
Que não oiço a tua voz?
Perdeu o som cristalino
Do riso de todos nós!
E penso no som claro
Do riso sincero, contente
Sem a cor da Tristeza
Que entrou na alma da gente!

Onde estás, Amor antigo...
Que fugiste há muitos anos???
Perdeu-se pelo caminho
Desta Vida de enganos....
E hoje sorrio, triste...
Seguindo o que a Vida me deu
Sem deixar de recordar
Um Amor que não esqueceu!

Onde estás, minha Esperança
Que dos meus sonhos saíste?
Foi perdida, lentamente...
Ao olhar a Vida triste!
Hoje procuro em vão
Recusando a partida
Da Esperança, que é a última
A perder-se nesta Vida!!!!

Alegria, Juventude
Esperança e Amor
Sensações que perduram
Num coração com calor...
E enquanto o coração
No meu peito for batendo
Eu recuso a sensação
Disto tudo estar perdendo...

Letinha27/01/2006

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Penas



Penas!

Há penas de muitas cores
E pode-se interpretar
Se são penas de amores
Ou de pássaros a voar!

As penas dos passarinhos
Dão cor e vida à Natureza
As penas que há no meu peito
Aumentam a minha tristeza

Se a Vida me dá penas
Mesmo sem ave eu ser
Não as queria cinzentas
Que é cor de padecer

Preferia que o penar
Que no meu peito existe
Fosse como o arco-iris
Que alegra o dia triste

Penas azuis são amores
Que temos no coração
E aparecem saudosas
Recordando nossa Paixão

Penas verdes que recordam
A terra do meu viver
E que guardo com desvelo
Recordando até morrer

Penas roxas de saudade
Dos tempos que já lá vão
Em que tinha a mocidade
Dentro do meu coração

Penas vermelhas, de sangue
Dos amigos que não estão
Dos amores que já partiram
Para outra condição...

Penas brancas, de esperança
Pela Paz da Humanidade
Onde o Homem sem inveja
Viva em pleno a Felicidade

Das amarelas, então
Que agitam meu coração
São as que fazem chorar
Por tempos que já lá vão

Que pena eu tenho, que pena
De tantas penas penar...
Não sei se sou ser humano
Ou pássaro que anda no ar!

Letinha

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Amor!





Amor




Palavra linda
Sedenta de doçura
Sentindo sede
De muita ternura

O Amor desperta
Na alma da gente
Sentimentos bons,
Humanos, diferentes

Sentindo que a vida
Que passa, sentida
E com algum desgosto
Vale ser vivida
P'ra olhar o rosto
Daquele Amor
Um dia perdido
Mas que continua
A ser muito sentido!

Amor, não fujas
Do meu dia a dia
Se não apareces
Não tenho Alegria!

Letinha

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Amizade!



Amizade



Amizade
Palavra linda
E que fala ao coração
Ser Amigo é tratar
O outro como um irmão

Melhor que muitos irmãos
Que guerreiam infelizmente
Ser Amigo é estar junto
Mesmo quando está ausente

O Amigo é aquele
Que sem da família ser
Se preocupa connosco
Sem ter nada a receber

E é esta sensação
De ter Amigos reais
Que nos faz continuar
A lutar por muito mais

Amigos, nem todos são
Alguns se fazem, sem ser
Mas aqueles de verdade
São Amigos até morrer!

Letinha

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O Relógio



O Relógio


Há um Relógio na Vida
Que não pára de andar
Nunca precisou de corda
Nem parou de trabalhar....

Passam segundos, minutos
Passam horas sem se ouvir
Passam meses, passam anos
Passa a Vida sem sentir

Passa a fase de Criança
Passa a Adolescência também
Passam Amores e Desgostos
E o Relógio se mantém!
Passam dias de trabalho
Passa a fase de ser mãe
Passa a luta pela Vida
E o Relógio se mantém!

Passam períodos de férias
Passa a Vida sem parar
Passa a Alegria e o Prazer
E o Relógio a trabalhar!

Tudo passa nesta Vida
Seja o Mal ou seja o Bem
Passam Sonhos, passam Dores
Só a Saudade se mantém!

14/09/2005
Letinha

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Sem Tempo...

Sem Tempo

É das poucas coisas da Vida
Que mais pura se mantém
Por mais que nos falte o tempo
Não se compra Tempo a ninguém!

Temos a nossa "medida"
Que nos foi dada ao nascer
E por mais que a gente faça
Para "aumentar" nossa taça
Não se vê Tempo a crescer!

E ao chegar a tal hora
De as contas ajustar
Lá vamos! E sem demora
Pois há julgamento agora
Sem ninguém p'ra ajudar!

E sozinhos enfrentamos
Um Juíz, imparcial
Sem desculpas, nem enganos
No que fizemos em anos
Para o Bem e para o Mal!

Amigos, não se iludam!
Não adianta pensar
Que tudo o que fazemos
E depois nós esquecemos
Já não serve p'ra julgar!

Entra tudo em conta certa
E pesado em balança
Desde a mão que se aperta
Quando o coração desperta
Ao sorriso de Criança

Letinha
Ano 2006

Noite!



Noite


No silêncio da casa

Silêncio profundo

Parece que estou

Sozinha no Mundo

As saudades avivam

O pensamento voa

No escuro da noite

Até o silêncio soa


Toda a vida já passada

Regressa em frenesim

Não dá p'ra fugir dela

Ela está dentro de mim

E revivo a vida

Passada, Presente

Sensações saudosas

De quem muito sente


E sinto a presença

Dos entes queridos

Mesmo que tenham

Há muito partido

E sinto que a noite

Apesar de sombria

Minha amiga se torna

Não a sinto vazia!


E gosto da noite

Silenciosa e escura

Onde revivo o Passado

Com tanta ternura....


Noite...

No silêncio da casa....


Letinha

10/08/2005

domingo, 27 de janeiro de 2008

Perdida!



Perdida!


Perdida em sentimentos

Sem bússola p'ra me guiar

Vou seguindo rumo aos ventos

Deixando-me assim levar...

Já passei por alguns portos

Braços de rio...ou mar

Mas sem leme a dirigir...

Vou-me deixando levar....


Os cabos e seus faróis

Vejo, de longe, passar

Mas sem velas recolhidas

Vou passando nesta vida

Sem tempo para parar

E vou-me deixando levar...


A viagem iniciei...

Muito eu já viajei

Sem tempo p'ra descansar

Sem bússola ou mapa na mão

Vou seguindo o coração

Meu piloto de além-mar!

E vou-me deixando levar...


E como meu capitão

Tenho a profunda Saudade

Que junto do coração

Recordam com emoção

Toda a minha mocidade

Não sei quando vou parar...

mas vou-me deixando levar!!!


Viagem da minha Vida

Que iniciei ao nascer

Muitas vezes estou perdida

Sem porto p'ra me valer

Viagem da minha Vida

Que me irá acontecer?


Letinha

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Onde pára a Liberdade?

Liberdade!!!

Que grito é esse que oiço
Ecoando pelos Tempos
Chamando p’la Liberdade
Que dura poucos momentos

Só gostava de saber
Onde pára a Liberdade
Quando vivemos escravos
Do que diz a Sociedade!

Já se não usa chicote
Nem grilhetas em nossos pés
Agora somos escravos
Do que sou e do que és!

Dependemos da vontade
Do Dinheiro, que é senhor
Do Respeito e Dignidade
Do trabalho e do suor

Quem grita que somos livres
Não está no seu juízo
Pois não é só poder falar
Que p’ra ser livre, é preciso!

Outros direitos do Homem
Que é livre de coração
São não ter de mendigar
P’lo trabalho e pelo pão!

Ter o trabalho escolhido
Usar a nossa consciência
Não se sujeitar a serviços
Que ultrapassam a decência

Continuamos a ter amo
Na escravatura actual
Não tem cor, nem é Humano
É apenas o vil metal


Meus Amigos, não se enganem
Escravos continuamos
Da Sociedade inumana
Que nos explora, há muitos anos!

Letinha

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Maravilhas

Maravilhas!

Há coisas no nosso Mundo
Que nos dão grande prazer
Um por de Sol em silêncio
Ou a claridade do nascer....
Outras coisas nos alegram
Deixando a mente feliz
Uma risada sincera....
Na boca de um petiz!

A música é outra coisa
Que ecoa cá na alma
Seja alegra e ritmada
Seja dolente e bem calma
E o nosso coração
Ao compasso de um som
Bate, voa, sai do peito
Parece sentir o tom...

E sem querer, todo o corpo
Se balança com prazer
Mexe, salta, rodopia...
Mesmo sem o nosso querer...

Música...A companheira
Duma alma agitada
Que muda a disposição
Ao ouvir uma toada
Se a alma triste está
O ritmo a vem alegrar
Se agitada se encontra
Um bolero p'ra acalmar....

Letinha

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Dádiva de Agosto

Dádiva de Agosto




A poesia de quem sente
E vive, com gosto, a Vida
Dádiva muito querida
Que me deram num Agosto!
E mais me deram meus pais
Desde Amor a Educação
Que Saudades dessa união
Que perdi e não tenho mais!

Resta-me a poesia
Que me deixaram também...
Minha mãe rimas fazia
Como ela rimava bem!
Meu pai...ah! meu pai
Amigo de muito querer...
Que falta me faz aquele
Que me ensinou a viver!

Ambos se foram, um dia
Sem espaçarem o tempo
Deixaram-me sem um alento
Numa triste melodia...
É da memória que fica
Presa no fundo da alma
Que hoje tiro a genica
Que me enleia e me acalma

E eles vivem comigo
Nos actos e no sentir
E por isso ainda digo
Nunca me vou despedir!

Letinha
2006

domingo, 13 de janeiro de 2008

Fechando os olhos!


Fechando os olhos

Quem não tem vida passada
Da velhice sente medo
Eu p'ra lá vou caminhando
Mas guardo comigo um segredo!

Quando penso na idade
Que passa por mim sentida
Cerro meus olhos e recordo
O que foi a minha vida!
Isto não é masoquismo
Eu tenho a capacidade
De recordar outros tempos
De reviver a mocidade...

E "vejo-me" ainda jovem
No Liceu a estudar
Com a bata p'los joelhos
Senão, não podia entrar...
Vejo as salas, as escadas
Vejo o pátio e o jardim
Recordo o que dá prazer
Eu gosto de ser assim...

Vejo a rua onde morava
Vejo a loja onde então
Sempre a correr, descuidada
Eu ia comprar o pão...
Vejo os amigos de outrora
Com quem ficava à conversa
Vejo minha mãe zangada
Porque eu nunca tinha pressa!

E sempre de olhos fechados
Eu consigo ainda sentir
A sensação de alegria
Quando ao cinema podia ir!
Vejo as vezes que andava
Atrás do pai, que coitado
Com paciência me aturava
E nunca ficava zangado!

Se os olhos são da alma
As janelas para o Mundo
Fechando-os consigo ver
Toda a Vida num segundo!
E por isso, muitas vezes
Parecendo adormecida
Acordada estou e contente
Por voltar a outra Vida!

Letinha

sábado, 12 de janeiro de 2008

Arco-Íris

Arco-íris

Se eu fosse um arco-íris
Antes do ano acabar
Pintaria as emoções
Para a Vida alegrar...

De vermelho, cor de sangue
E também de coração
Pintaria o Amor
Salpicado de Paixão

Com o alaranjado
A Ternura ia pintar
Pois junto ao coração
Foi onde fez o seu lar

De amarelo, a Alegria
De viver sempre a sorrir
De esperar melhores dias
Sem pensar em desistir

E a Esperança tem cor
É verde a coloração
Com o vermelho do Amor
É a bandeira da Nação

Com a cor anil, tão suave
A Calma ia pintar
Deixando os olhos perdidos
Nas profundezas do mar

A Saúde, bem precioso
De azul lhe dava a cor
É cor do céu majestoso
E da Vida sem ter dor

De violeta era a Saudade
Essa emoção tão presente
Que entristece e alegra
Quem a Saudade sente!

E com todas as cores juntas
Um arco-íris de Amor
De sentimentos bem fortes
Que dão à Vida o Valor!

Letinha

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Sou Mulher!

Sou Mulher

Sou mulher e digo tudo
O que tenho p'ra dizer
Ganhei bem esse direito
P'lo que a Vida me fez sofrer!

"Nasci" como companheira
De Adão já sem juízo
Pois diz que foi enganado
P'la Eva no Paraíso

Fui força espiritual
Quando o Homem já sem tino
Chorava desesperado
Traído pelo Destino

Fui mãe
Que deu do seu peito
A seiva que alimenta
Que sofre muito a seu jeito
Dos filhos toda a tormenta

Fui força para o trabalho
Quando vivia em escravidão
E me humilhavam bem fundo
Tratada pior que um cão

Fui soldado na defesa
Do lar que os filhos criava
Lutando com a firmeza
De quem p'la Vida lutava

Fui vítima de guerras tristes
Dando, p'los meus, a Vida
Fui batida, fui sovada
E fui também esquecida

Fui tratada por idiota
Sem direito à instrução
Fui calada e afastada
Dos pontos de decisão

Fui chamada de Diabo
Que nasceu para tentar
Os pobres homens honestos
Que nos queriam apanhar

E hoje?Que sou agora?
Sou mãe e companheira
Professora e engenheira
E em qualquer profissão
Mostro responsabilidade
Provando que a liberdade
Não esfriou o coração.....

Letinha

Que cantas tu?

Que cantas tu?

Que cantas tu, meu poeta
Com o coração a sangrar?
- Canto a Humanidade perdida
Esquecendo que a Vida
É p'ra viver e Amar!

Que cantas tu, meu poeta
Que mal se escuta a tua voz?
- Canto a tristeza do Mundo
Lembrando a cada segundo
Que não estamos tão sós!

Que cantas tu, meu poeta
Com os olhos rasos d'água?
- Canto a fome das crianças
Que vivem sem esperanças
Sentindo fundo a sua mágoa!

Que cantas tu, meu poeta
Com essa face tão triste?
- Canto a destruição
De quem não quer dar a mão
Salvando o que ainda existe!

Que cantas tu, meu poeta
Com a alma a sonhar?
- Canto cheio de esperança
Que o Homem volte a criança
E que aprenda o verbo Amar!

Que cantas tu, meu poeta
Que não páras de escrever?
- Canto com a firme intenção
De acordar o coração
Do Homem que quer viver!

Meu poeta, meu cantor
Das desditas desta Vida
O teu canto é como a flor
Que na Primavera dá cor
Mas no Verão está perdida!

Não páres o teu cantar
Pois no Mundo há que teimar
P'ra mudar os corações...
É a própria Natureza
Que nos dá esta certeza
Ao rodar as Estações!

Letinha
12/11/2005

Fogo!

Vivo numa zona de Portugal conhecida pela "Zona do Pinhal".
Todos os Verões, o sobressalto aparece na alma desta gente simples, que vive da floresta: o Fogo!
Da minha varanda, assisto impotente, à destruição de uma das maiores riquezas da Humanidade... a Floresta


Fogo!!!

Pinhal verde, cheio de vida
Que os nossos olhos regala
Sombra fresca, apetecida
Silêncio que nos embala....
Rio claro, que anima
Um pinhal cheio de vida
Sossego bem merecido!
Paisagem muito querida!

De repente, tudo muda!
Há quem não saiba viver!
E apenas num minuto
Coloca tudo a perder!
O fogo, esse maldito
Quando não é controlado
Destrói tudo onde passa
Deixa tudo desolado!

É triste ver o recanto
Desse pinhal tão querido
Ficar em cinza, cinzento
E por muito tempo, perdido!

E aquela gente que vive
Desse recanto tão lindo
Que cuidou toda uma vida
Cala um desgosto infindo
Por tanta vida perdida!!!

Letinha

23/07/2005