Dádiva de Agosto
A poesia de quem sente
Dádiva muito querida
Que me deram num Agosto!
E mais me deram meus pais
Desde Amor a Educação
Que Saudades dessa união
Que perdi e não tenho mais!
Resta-me a poesia
Que me deixaram também...
Minha mãe rimas fazia
Como ela rimava bem!
Meu pai...ah! meu pai
Amigo de muito querer...
Que falta me faz aquele
Que me ensinou a viver!
Ambos se foram, um dia
Sem espaçarem o tempo
Deixaram-me sem um alento
Numa triste melodia...
É da memória que fica
Presa no fundo da alma
Que hoje tiro a genica
Que me enleia e me acalma
E eles vivem comigo
Nos actos e no sentir
E por isso ainda digo
Nunca me vou despedir!
Letinha
2006
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